Rhodia tenta descartar material
tóxico na Bahia e população
reage
Resíduos são contaminados por substâncias organocloradas, comprovadamente cancerígenas. Para advogado, população baiana não pode pagar por irresponsabilidade da empresa, que atuou em Cubatão (SP).
População baiana e parlamentares se
mobilizam para impedir que toneladas de resíduos tóxicos armazenados pela
multinacional Rhodia em terrenos de Cubatão (SP) sejam levados para o município
de Camaçari (BA). De acordo com a Agência Brasil, a Companhia de Tecnologia de
Saneamento Ambiental (Cetesb) de São Paulo e o Instituto de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos (Inema) da Bahia autorizaram o envio do material contaminado
para serem incinerados pela empresa de soluções ambientais Cetrel Lumina.
Os resíduos são contaminados por substâncias organocloradas
como o pó da china (pentaclorofenato de sódio) e o hexaclorobenzeno, comprovadamente
cancerígenas. O advogado da Associação das Vítimas da Contaminação de Chumbo,
Cádmio, Mercúrio e outros elementos químicos, Marcos Mendonça, ressalta que a
população baiana não pode pagar pela irresponsabilidade causada pela empresa.
“Onde nós já temos um ambiente relativamente degradado por
conta do pólo petroquímico, nós vamos ter agora o descarte de dioxinas, que é
conhecida como “molécula da morte”, causa câncer e todo tipo de problema.
Então, não podemos permitir que isso seja feito aqui na Bahia. Nem produzido
aqui foi. O que a população baiana tem a ver com isso?”
Mendonça também destaca a preocupação quanto a capacidade do
incinerador queimar com segurança o material contaminado.
“A queima é em torno de 20% a 30% do produto, diminui a
toxicidade dele, mas ainda sim fica o resíduo perigoso, tóxico, entorno de 60 a
70% do produto que vem. E esse resíduo vai para onde?”
O advogado ainda aponta que a tentativa de levar o material
para ser reprocessado em outro local acontece porque a queima dos resíduos
excede os índices de emissão de poluentes permitidos em São Paulo.
De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.
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